Na maior parte desta
viagem é aqui mesmo que gosto de ficar, sentado na janela do ônibus, e com o
rosto bem colado no vidro, fico olhando a paisagem lá fora, mas não é ela que
enxergo. Esta janela é como uma TV em que me torno um espectador de minha própria
vida.
Daqui de fora assisto
os momentos da vida que valem a pena lembrar e alguns que eu preferia esquecer.
Meu rosto não poderia ser mais estático. Não dou sorrisos, pois minha vida não
é uma comédia. Também não derramo lágrimas, pois minha vida não é nenhuma
tragédia grega.
Passam aqueles momentos
da minha infância que não podem voltar, mas que jamais podemos esquecer. De
repente começa a passar as cenas dos meus amigos. Maior parte deles já perdi e
mesmo assim eles continuam aqui, é irônico. Assisto os momentos em que errei e
depois esses mesmos momentos, eu fazendo o certo. Posso também ver nessa
telinha momentos que não aconteceram, a programação insiste em passar um beijo,
vários beijos, dois corpos, um sentimento, uma união, dois rostos felizes; um
eu reconheço, é o meu, o outro ainda não conheço, mas é um rosto lindo.
E o ônibus segue, a
minha vida segue aqui fora e ali na janela. E o ônibus para, porem minha vida
não para, pela telinha ate pode, mas aqui fora não. O destino do ônibus eu
conheço, mas o destino da minha vida não.
(Luan Ribas)
' Me lembra um texto meu...que descrevo minha vida assim..mas sentada em uma calçada...
ResponderExcluirLindo texto Lu, grande Alma!!
:P