quinta-feira, 18 de julho de 2013

O Pássaro


Em todas as manhãs, em todos os dias, durante todo o ano e em todo tempo, eu vivia e brincava com meu Pai em seu Jardim no qual sua beleza me fazia ficar mais cheio de vida, algo como a própria felicidade habitava aquele lugar, exalando seu suave aroma por todo Jardim. Aquele lugar pra mim e meu Pai era a própria Alegria. Ele sempre cuidou do Jardim, conhecia e amava muito cada planta, árvore e cada animalzinho que vivia ali; era um nosso próprio Reino em que vivíamos felizes em cada momento, era maravilhoso aprender a cuidar daquele jardim e poder estar ali todos os dias.
Um dia, estando eu e meu Pai cuidando do campo, como era de costume, avistei algo fora do Jardim que me prendeu a atenção: Um pássaro. Um pássaro maravilhoso que voava com outros pássaros do Jardim – Meu Pai ama os pássaros –, mas eu só conseguia ter atenção neste pássaro. Meu Jardim não tinha um pássaro como aquele e foi isso que me tocou profundamente. Decidi com todo coração de que eu pegaria aquele pássaro. Olhei para meu Pai e Ele retribuiu o olhar com alegria de como todo pai que sabe o que tem no coração de seu filho, aquele olhar consentia que eu devesse ir atrás do meu pássaro.
Como criança alegre eu fui, descia e subia correndo pelas colinas, com os braços abertos como se fosse possível abraçar aquele mundo. A cada metro que eu me aproximava do pássaro uma onda de fortes sentimentos batiam em meu peito e se misturavam causando uma ótima sensação de calor me consumindo por dentro.
Parecia que cada segundo tornava-se horas enquanto eu corria pela relva e entre todos os outros pássaros do meu Jardim que voavam em minha frente e formavam uma imensa cortina das mais variadas cores, tão brilhantes como as constelações que preenche a noite com a luz, seus bater de asas eram como músicas que entravam pelos meus ouvidos e circulavam como sangue no meu corpo e enchia mais ainda meu coração com aquele suave calor. Depois notei o quão perto eu estava do pássaro e o tanto que eu o desejava, agora era só agarrá-lo, abraçá-lo e trazê-lo para meu Jardim e mostrar ao meu Pai que pássaro maravilhoso eu trouxe a Ele. Pulei como um leão que agarra seu filhote para protegê-lo, de repente fiquei abatido como uma águia que não encontra seu filhote no ninho. O pássaro não estava em minhas mãos. Voara bem alto e pousara muito longe de mim. Eu havia me esforçado tanto e corri como um louco para obter-lo, agora ele estava mais distante ainda, mas eu o queria e precisava ir atrás dele outra vez.
Mais uma vez fui buscar aquele pássaro. Agora havia mais barreiras além da distância, mas eu estava disposto a encarar tudo por ele. Entre muitos tropeços, arranhões, escaladas e com suor no rosto eu me aproximei de novo do pássaro; fui com mais calma, com mais sutileza, pois não queria assustá-lo e sim conquistá-lo. Teria que agir com mais cautela desta vez. Então fui aos poucos, devagar... fui chegando perto e estendendo a mão para atraí-lo. Frente a frente, nos olhamos e eu demonstrava com o olhar como eu o queria perto de mim, no meu Jardim ele se sentiria muito Feliz, e eu também. Comecei a planejar tudo de bom que poderíamos fazer, mas o pássaro não estava mais a minha frente, seguia o voou rasgando o céu e também meu peito. Depois de tudo, depois de tanto esforço eu não fui capaz de segurá-lo. Era como ver a Vida se perfazer, era como estar em um barco sendo consumido pelas águas frias e dormindo no escuro do mar sem fim.
Então, olhei todo longo caminho que eu havia percorrido ate aquele momento, vi todas as marcas que havia em mim, lembrei do sorriso de confiança que meu Pai me deu antes daquilo tudo começar e em seguida lembrei-me do pássaro que eu já amava. Eu não iria parar. Eu teria aquele pássaro mesmo que fosse necessário aprender a voar.
Naquele instante eu só podia ouvir o clamor do meu coração, não me importava mais com a dor no corpo, não me importava com o percurso que eu teria que fazer, não me importava com quantas barreiras eu teria que ultrapassar, eu iria conquistá-lo. Corri sem medo, caí muitas vezes e me levantei em todas; doía, mas eu não poderia parar. Busquei, lutei, fui em frente até conseguir me aproxima do pássaro de novo. Ele estava lá, meu amado pássaro na minha frente outra vez. Eu não me poupei para ter mais uma chance.
Eu não tinha mais forças para ir atrás do pássaro mais uma vez, mas quando eu o olhei falei comigo mesmo que eu tiraria forças de onde eu não tinha para buscá-lo todas as vezes que ele levantasse voou. Então o pássaro me olhava e reconhecia meu esforço. Eu continuava com meu olhar nele e dei-lhe a mão como um convite para um abraço. E foi como a sensação que em pai senti ao dar um primeiro abraço no filho que acabou de nascer quando o pássaro voou direto para meus braços. Fui totalmente tomado pela Alegria. Toda dor, todo esforço, todas as barreiras, toda luta e todo sofrimento que eu passei foram esquecidos depois daquele momento, nada mais importava se não aproveitar aquele instante tão maravilhoso que esperei. Eu quis ficar ali eternamente, mas havia algo bem melhor para nós: retornar ao meu Pai e ao nosso Jardim, eu sabia que meu novo pássaro adoraria seu novo lar. Então retornei com o pássaro. Meu Pai nos aguardava com um lindo banquete e ficou repleto de felicidade quando me viu chegando junto com o pássaro.
Precisamos buscar nossos sonhos como a criança que corre atrás do pássaro: poderá haver mais de uma tentativa, você tentará por um método e por outro, enfrentará muitas dificuldades, sofrerá, terá que lutar muito, superar suas fraquezas, superar seus limites, mas nunca, jamais podemos desistir, não podemos voltar para casa com as mãos vazias. Corra atrás dos seus sonhos ate conquistá-los; pois garanto que depois de realizá-los, tudo que você passou serão apenas lembranças. Nada vai ser mais importante que sua felicidade.

E lembre-se do menino Jesus, que saiu da casa de seu Pai, dispensou toda sua Majestade de Glória e saiu de um lugar tão maravilhoso porque o sonho dEle era salvar você que estava fora do Jardim Celestial. Jesus não se poupou para cumprir seu objetivo de amor; saiu do lado de seu Pai para vim sofrer no mundo. Tudo por você.

Quantas vezes fugimos de sua presença? Quantas vezes fomos para longe dEle? Em algum momento ele desistiu de você? Jesus sofreu sim, mas Ele olhava pra você. Mas a boa noticia é que você pode reconhecer seu Amor e Sacrifício, você pode correr para os braços daquele que se entregou para te Salvar. Jesus Cristo nunca reclamou pela tortura, pela coroa de espinhos, pela humilhação que passou e por morrer na Cruz. Ele olhava para o dia que seu coração se encheria de Alegria, no dia que você se jogaria em seus braços e Ele o abraçaria e o levaria para encontro com o Pai Criador, em um lugar maravilhoso que olho nenhum viu, que ouvido nenhum escutou, e não subiram ao coração do homem tudo o que Deus preparou para os que o amam, como está escrito em I Coríntios 2:9. Lá o Pai te receberá com Festa, Alegria e muito Amor.
(Luan Ribas)

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